Olá Paulo, tudo bem? Alguns de meus alunos da oficina "Como escrever contos e crônicas", realizaram trabalhos inspirados nos seus quadros.
Terezinha, por exemplo, fez um conto sobre um quadro acromático, no qual uma pessoa está deitada lendo um jornal. Mas não encontrei a foto desse quadro.
Já a Marina Carraro, escreveu um conto baseada no acromático onde se podem ver uma menina e um macaco. O conto está na continuação: O cinza-quadro. REF. 06857 C
Sou feito do cinza, na mistura perfeita da lembrança com a imaginação. Meu retrato é de fato incontestável, a vida em sua eterna mutação. Sou cinza, também pudera quem ouvira dizer que a lembrança se colore a cada era? O que não me colore, ainda que não ignore tons como: o preto (ausência de cor) e o branco (expansão de luz), é a recordação. Já explico: recordação tem tom de cinza. Sou o dia de hoje, só que ontem. Sou o macaco que evolui. (Mesmo sabendo que hoje ainda existem macacos). Sou o macaco de antes. Carrego em mim o cão, que quando são, atendia por Bernardo. Sou o piuí do trem em movimento anunciando com sua brasa, em extensa fumaça, a próxima estação. Sou a tela pintada pela imaginação de um pintor. A chaleira, que por diversas vezes, com a água da fonte, ferveu e perfumou as manhãs com aroma de café quente. Ela, que aos entardeceres contribuiu para cerimônias em volta da mesa de chá. Sou feito da criança que cochichou sua infância a um amigo que só ela imaginou. Sou a igreja, na qual o padre, senhor religioso, silenciou tantas confissões. Com seu pai-nosso e tantas outras ave-marias, salvou almas do pecado, permitindo ao fiel, a redenção. Tenho em meus traços, a projeção de um passado que em preto e branco se pincelou. Esse passado, que hoje não passa de um belo retrato, que um dia, alguém viveu, ou quem sabe, só imaginou.
Olá Paulo, tudo bem? Alguns de meus alunos da oficina "Como escrever contos e crônicas", realizaram trabalhos inspirados nos seus quadros.
ResponderExcluirTerezinha, por exemplo, fez um conto sobre um quadro acromático, no qual uma pessoa está deitada lendo um jornal. Mas não encontrei a foto desse quadro.
Já a Marina Carraro, escreveu um conto baseada no acromático onde se podem ver uma menina e um macaco. O conto está na continuação:
O cinza-quadro. REF. 06857 C
Sou feito do cinza, na mistura perfeita da lembrança com a imaginação.
Meu retrato é de fato incontestável, a vida em sua eterna mutação.
Sou cinza, também pudera quem ouvira dizer que a lembrança se colore a cada era?
O que não me colore, ainda que não ignore tons como: o preto (ausência de cor) e o branco (expansão de luz), é a recordação.
Já explico: recordação tem tom de cinza.
Sou o dia de hoje, só que ontem.
Sou o macaco que evolui. (Mesmo sabendo que hoje ainda existem macacos). Sou o macaco de antes.
Carrego em mim o cão, que quando são, atendia por Bernardo.
Sou o piuí do trem em movimento anunciando com sua brasa, em extensa fumaça, a próxima estação.
Sou a tela pintada pela imaginação de um pintor.
A chaleira, que por diversas vezes, com a água da fonte, ferveu e perfumou as manhãs com aroma de café quente. Ela, que aos entardeceres contribuiu para cerimônias em volta da mesa de chá.
Sou feito da criança que cochichou sua infância a um amigo que só ela imaginou.
Sou a igreja, na qual o padre, senhor religioso, silenciou tantas confissões. Com seu pai-nosso e tantas outras ave-marias, salvou almas do pecado, permitindo ao fiel, a redenção.
Tenho em meus traços, a projeção de um passado que em preto e branco se pincelou.
Esse passado, que hoje não passa de um belo retrato, que um dia, alguém viveu, ou quem sabe, só imaginou.
Por Marina Carraro, 19/09/2012
Por favor, veja os outros contos no blog:
ResponderExcluirhttp://euqueroserescritormesmo.blogspot.com.br/
Os contos foram inspirados em diferentes quadros da exposição que você realizou no mês de setembro/12, no Solar do Rosário.